Vivian Lipari e Daniel Gavilanes, colaboradores da Universidade Europeia do Atlântico (UNEATLANTICO), estão envolvidos num estudo que desenvolve uma tecnologia de radar de ponta para a deteção precoce da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
A DPOC é uma doença pulmonar progressiva e potencialmente fatal que dificulta a respiração e pode levar à morte se não for diagnosticada e tratada numa fase precoce. É constituída por duas doenças principais: enfisema e bronquite crónica. Os seus sintomas mais comuns são a pieira, a falta de ar e a tosse. Está também associada a várias doenças, como a perda de peso, a obesidade, a disfunção cognitiva, a anorexia e o cancro do pulmão.
De acordo com um relatório recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), a DPOC é a terceira principal causa de morte a nível mundial, com um número alarmante de 3,23 milhões de mortes em 2019, o que representa uma taxa de mortalidade extremamente elevada.
O seu diagnóstico é feito através da análise do historial de exposição do doente a agentes irritantes dos pulmões, como o tabaco, e do historial familiar. São também efectuados vários exames, como espirometria, radiografias do tórax, análises de gases sanguíneos, TAC e testes genéticos. O teste de espirometria é considerado o melhor método de diagnóstico, no entanto, a sua eficácia é questionada devido a factores como a qualidade do equipamento e a capacidade do pessoal.
É neste contexto que é desenvolvida uma abordagem inovadora para detetar esta doença pulmonar utilizando características temporais e espectrais baseadas em radar. Este sistema utiliza a tecnologia de banda ultralarga (UWB). O radar UWB analisa as características temporais e espectrais dos movimentos do tórax humano para detetar padrões anormais associados à DPOC. O sistema capta dados fisiológicos, como o movimento da parede torácica e o fluxo de ar, e processa-os utilizando algoritmos avançados. Ao analisar estes sinais, é possível identificar casos potenciais com um elevado grau de exatidão.
O aspeto inovador desta abordagem reside na utilização da tecnologia de radar UWB, que oferece várias vantagens em relação aos métodos de diagnóstico tradicionais. Ao contrário dos testes espirométricos, que exigem que os pacientes exalem com força para um pequeno dispositivo, este sistema oferece uma alternativa não invasiva e fácil de utilizar. Isto elimina o desconforto e as potenciais complicações associadas aos testes de rotina, especialmente para pessoas com função pulmonar limitada. Além disso, capta dados em tempo real, permitindo a monitorização contínua dos movimentos do tórax. Esta abordagem dinâmica fornece informações valiosas sobre a progressão da DPOC e pode ajudar os profissionais de saúde a personalizar os planos de tratamento para cada doente.
Os potenciais benefícios desta tecnologia estendem-se à telemedicina e à monitorização remota dos doentes. Com o aumento dos cuidados médicos à distância, este sistema oferece uma solução conveniente para monitorizar os sintomas da DPOC a partir de casa. Os doentes podem utilizar dispositivos de radar portáteis para monitorizar os seus movimentos torácicos e transmitir os dados aos prestadores de cuidados de saúde para análise. Isto melhora a gestão da doença, facilitando a intervenção precoce e reduzindo a necessidade de visitas frequentes ao hospital.
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Para ler mais pesquisas, consulte o repositório UNEATLANTICO.
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