Investigadores da UNEATLANTICO estudam os benefícios do resveratrol na saúde vascular

30 ago 2024
Investigadores da UNEATLANTICO estudam os benefícios do resveratrol na saúde vascular

Os investigadores do Grupo de Investigação em Alimentação, Bioquímica Nutricional e Saúde da Universidad Europea del Atlántico (Universidade Europeia do Atlântico, UNEATLANTICO), como Irma Domínguez, Francesca Giampieri, Maurizio Battino e José Quiles, estão a estudar o impacto e os benefícios do resveratrol na saúde vascular.

As doenças cardiovasculares são um dos principais problemas de saúde a nível mundial e os factores alimentares desempenham um papel crucial na sua prevenção e gestão. Um dos compostos bioactivos que tem merecido grande atenção é o resveratrol, conhecido pelo seu potencial antioxidante e anti-inflamatório. Vários estudos analisaram esta substância e o seu impacto na saúde cardiovascular, no entanto, os seus resultados foram contraditórios. Agora, está a surgir uma nova perspetiva, sugerindo que a chave para desbloquear os benefícios do resveratrol está na flora intestinal.

O resveratrol, um polifenol pertencente à família dos estilbenos, encontra-se em alimentos como as uvas, as bagas e o vinho tinto, e despertou o interesse dos investigadores devido à sua estrutura molecular e aos seus potenciais benefícios para a saúde. No organismo, esta substância apresenta propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e de modulação das vias de sinalização celular, que teoricamente poderiam promover a saúde cardiovascular.

Este estudo centrou-se no microbiota intestinal, uma comunidade de microrganismos que vivem no trato gastrointestinal. O estudo evidenciou uma ligação entre estes habitantes do intestino e a forma como o organismo metaboliza o resveratrol. Ou seja, as bactérias intestinais podem influenciar a forma como o resveratrol é decomposto e utilizado no organismo, afectando, em última análise, os seus benefícios para a saúde. A compreensão desta relação complexa pode ser a chave para aproveitar o potencial único desta molécula para otimizar a saúde vascular.

O resveratrol contido nos alimentos, geralmente presente na sua forma glicosilada, é conhecido como piceidina e polidatinas. Após a ingestão, esta substância percorre o trato gastrointestinal, sendo absorvida em 70%. No entanto, uma vez no intestino, liga-se a diferentes nutrientes que afectam a sua capacidade de absorção. A biodisponibilidade do resveratrol no sangue é baixa, uma vez que é principalmente metabolizado no fígado por processos de glucuronidação e sulfatação. Pode também ser metabolizado noutros subprodutos, como o piceatanol e o dihidroresveratrol, principalmente através da ação de bactérias intestinais. O microbiota desempenha assim um papel crucial no metabolismo do resveratrol.

Além disso, estudos in vitro e in vivo investigaram o efeito dos metabolitos derivados do resveratrol nos resultados cardiovasculares. Verificou-se que o piceatannol tem um potente efeito vasorelaxante. A suplementação com resveratrol também reduziu a produção de trimetilamina (TMA) e N-óxido de trimetilamina (TMAO), regulando o metabolismo dos ácidos biliares e diminuindo o tamanho das lesões ateroscleróticas em modelos animais. Além disso, foi demonstrado que a microbiota influenciada pelo resveratrol provoca alterações benéficas em diferentes marcadores, como a regulação da pressão arterial, a homeostase da glicose, a ativação física e a prevenção da hipertrofia cardíaca em animais.

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Para ler mais pesquisas, consulte o repositório da UNEATLANTICO.

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