Curso de especialização “Globalização: Oportunidades e Desafios” na UNEATLANTICO: um dia para refletir sobre o mundo global

28 mar 2025
Curso de especialização “Globalização: Oportunidades e Desafios” na UNEATLANTICO: um dia para refletir sobre o mundo global

A Universidad Europea del Atlántico (Universidade Europeia do Atlântico, UNEATLANTICO), em colaboração com a Associação Cultural Plaza Porticada, celebrou uma jornada académica de destaque com o curso de especialização “Globalização: Oportunidades e Desafios”, que teve lugar no Salão Nobre da universidade. O encontro reuniu autoridades académicas, meios de comunicação social e representantes do mundo da cultura e das relações internacionais, com o objetivo de analisar os múltiplos factores que compõem a globalização atual.

O evento foi inaugurado pelo reitor da universidade Rubén Calderón e apresentado pela presidente da Associação Cultural Plaza Porticada, Elena García Botín, que, após um breve resumo da história da associação, deu as boas-vindas a Manuel Lucena Giraldo, historiador e investigador do CSIC. O Dr. Lucena Giraldo foi professor convidado em universidades de prestígio como Stanford, Harvard, Tufts (Boston), Pontificia Universidad Javeriana (Colômbia), IVIC (Venezuela), Universidad de los Andes (Chile e Colômbia), Colegio de México e St.

Lucena ofereceu uma intervenção multidisciplinar, humanista, cultural e profunda sobre os desafios que se colocam ao fenómeno da globalização na sua fase atual, marcada por tensões geopolíticas, mudanças nas dinâmicas sociais, tecnológicas e económicas, bem como por uma crescente polarização ideológica.

Durante a sessão, a Dra. Silvia Aparicio Obregón, Vice-Reitora de Organização Académica e Docente da UNEATLANTICO, moderou a intervenção do Dr. Lucena através de uma série de perguntas cuidadosamente estruturadas, que permitiram abordar a globalização a partir de múltiplos enfoques, com especial atenção às suas implicações sociais, políticas e culturais.

Entre os temas abordados, o Dr. Aparício questionou se estamos a assistir a uma nova fase de “desglobalização” fragmentada, em consequência das crescentes tensões entre blocos geopolíticos (EUA-China, Rússia-Ocidente), ou se ainda é possível falar de uma globalização homogénea. A complexa relação entre a globalização e as identidades locais também foi debatida, especialmente face à ascensão do nacionalismo em regiões como a Catalunha e o País Basco.

Outro eixo fundamental da conversa girou em torno do impacto das novas redes digitais e sociais, que estão a transformar a forma como os movimentos políticos e sociais se organizam, substituindo – em parte – estruturas tradicionais como a diplomacia ou os meios de comunicação social convencionais. A isto juntou-se uma reflexão sobre as cidades fronteiriças como espaços de trânsito e integração, onde a migração pode tornar-se uma oportunidade para a coesão social, em vez de uma fonte de exclusão.

O Dr. Aparício também levantou a questão da mistura cultural e do seu impacto no mundo empresarial, perguntando se organizações mais diversificadas – com equipas compostas por pessoas de diferentes nacionalidades e culturas – têm uma maior capacidade de inovação e adaptação. Este facto conduziu a um debate enriquecedor sobre a hibridação cultural como motor da criatividade.

A conversa incluiu também uma análise do papel das emoções colectivas, especialmente num contexto de crescente polarização política e de discursos de ódio difundidos em ambientes digitais. Como fomentar uma literacia emocional que permita às sociedades avançar para modelos mais inclusivos e coesos? -foi uma das questões que orientou esta secção do diálogo.

Por fim, o moderador abordou um tema de grande atualidade: a necessidade de conciliar o consumo global com a sustentabilidade ambiental. Num mundo marcado pelas alterações climáticas e pelos limites ecológicos do planeta, discutiu-se como construir uma nova ética de consumo que seja compatível com a lógica do mercado e, ao mesmo tempo, responsável pelas gerações futuras. Esta reflexão incluiu o impacto ambiental das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, cuja pegada ecológica coloca novos dilemas éticos.

O curso terminou com um convite a repensar o futuro a partir de uma narrativa otimista. Perante as visões distópicas que dominam atualmente – guerras tecnológicas, crises climáticas, transformações radicais do ser humano – o Dr. Lucena reivindicou o papel das humanidades e do pensamento crítico como ferramentas para recuperar a utopia, imaginar outros mundos possíveis e construir um futuro mais justo e sustentável.

A Universidade Europeia do Atlântico reafirma assim o seu compromisso com o debate intelectual, a promoção do conhecimento e a formação de cidadãos críticos e comprometidos com o seu ambiente. O êxito deste congresso vem juntar-se à história de colaboração entre a UNEATLANTICO e a Associação Plaza Porticada, e antecipa novas iniciativas conjuntas para continuar a promover a reflexão académica e cultural da Cantábria para o mundo.

Este slideshow necessita de JavaScript.