Especialistas em nutrição da Universidad Europea del Atlántico (Universidade Europeia do Atlântico, UNEATLANTICO) e membros do grupo de investigação “Alimentação, Bioquímica Nutricional e Saúde”, Dra. Sandra Sumalla, Dr. Maurizio Battino e Dr. José L. Quiles, estão a estudar as actividades anticolinérgicas, anti-inflamatórias e antioxidantes das folhas de oliveira e os seus efeitos na saúde.
As folhas de oliveira têm uma morfologia distinta e um atrativo estético nos olivais. No entanto, são frequentemente descartadas ou destinadas ao consumo animal, à produção de biomassa ou à incineração. Estas folhas contêm compostos bioactivos, como os secoiridoides e a oleuropeína; álcoois fenólicos, como o hidroxitirosol; flavonóides, como a luteolina e a luteolina-7-0; e ácidos fenólicos, como o verbascosídeo. Estes compostos têm aplicações potenciais para além das utilizações tradicionais, principalmente no desenvolvimento de produtos nutracêuticos.
Investigações recentes estabeleceram uma relação entre o perfil e o teor de fitoquímicos nos extractos de folhas de oliveira e a sua capacidade antioxidante. Consequentemente, as suas aplicações podem ser influenciadas pela composição e concentração destes compostos. Isto sublinha a necessidade de compreender o papel do conteúdo fitoquímico e das propriedades funcionais dos extractos.
O objetivo da investigação foi caraterizar o perfil fitoquímico de cinquenta extractos de folhas de oliveira provenientes de vários países mediterrânicos, concentrando-se nas propriedades anti-inflamatórias, anticolinérgicas e antioxidantes, a fim de compreender melhor o seu impacto na saúde.
Os resultados da investigação mostraram que os extractos de folhas têm a capacidade de inibir a atividade da enzima acetilcolinesterase (AChE), uma enzima diretamente ligada à progressão da doença de Alzheimer. Compostos como a luteolina, o glicosídeo e a apigenina são muito eficazes na inibição da AChE e optimizam as funções cognitivas e a retenção da memória.
Combatem naturalmente a inflamação. A inflamação está na origem de muitas doenças crónicas, incluindo doenças cardíacas, diabetes e cancro. Os compostos conhecidos como secoiridoides mostraram efeitos anti-inflamatórios notáveis ao suprimir a enzima ciclo-oxigenase-2 (COX-2), responsável pela produção de prostaglandinas inflamatórias.
Apresentam igualmente um efeito antioxidante contra o stress oxidativo, responsável pelo envelhecimento prematuro, pelas doenças cardiovasculares e pelo cancro. Compostos como a oleuropeína, o hidroxitirosol e o luteolina 7-0-glucósido eliminam eficazmente os radicais livres nocivos, protegendo as células dos danos oxidativos.
No entanto, o estudo limitou-se à utilização de testes in vitro que não tiveram em conta as interacções biológicas e a complexidade dos sistemas fisiológicos. Por conseguinte, recomenda-se a realização de investigações futuras que incorporem modelos in vivo para melhorar a compreensão e as potenciais aplicações terapêuticas dos extractos de folhas de oliveira.
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